Geraldo Victorino de França (Voinho)
A rigor, reflorestamento significa a formação de florestas em áreas que, anteriormente, já foram ocupadas com florestas; e florestamento, a formação de florestas em áreas que nunca tiveram esse tipo de cobertura vegetal. Na prática, porém, ambos os termos se confundem, sendo aplicados à formação de florestas artificiais ou plantadas pelo homem. As mudas são formadas em viveiros e depois transplantadas para o local definitivo.
O reflorestamento pode ser feito com duas finalidades: a) econômica ou comercial; b) ecológica ou de proteção.
As florestas econômicas são plantadas para fins comerciais - produção de madeira, lenha, carvão, celulose, óleos essenciais, etc. Geralmente são puras, isto é, constituída por uma única espécie florestal, normalmente exótica (eucalipto ou pinus ); enquanto as florestas ecológicas ou de proteção são mistas, ou seja, formadas por duas ou mais espécies, geralmente nativas.
Sob o ponto de vista da conservação do solo, o reflorestamento é uma prática conservacionista de caráter vegetativo, isto é, que utiliza a vegetação para proteger o solo. Convém lembrar que a eficiência da floresta no controle da erosão se deve ao fato de que ela possui três linhas de defesa: a) as copas, que interceptam as gotas de chuva, reduzindo a sua energia cinética e, assim, impedindo a desagregação do solo; b) a serapilheira, formada por folhas, ramos, flores,etc. depositadas na superfície do so-
lo, que também amortecem a queda das gotas d'água, além de dificultar o escoamento superficial e favorecer a infiltração da água no solo; c) o emaranhado de raízes, que travam o solo impedindo o seu arrastamento.
As florestas econômicas devem ser plantadas em solos de fertilidade muito baixa, em áreas pedregosas, erodidas ou declivosas muito susceptíveis à erosão, ou seja, em terras impróprias para culturas.
As florestas ecológicas devem ser plantadas nas cabeceiras dos mananciais e nas margens de rios e lagos, formando as chamadas matas ciliares. Devem ser empregadas de preferência espécies nativas, inclusive árvores que produzem frutos comestíveis, como ingazeiro, pitangueira, amoreira, etc. - para alimentação dos pássaros e peixes.
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