"VOINHO"

Geraldo Victorino de França é engenheiro agrônomo, professor aposentado da Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Foi casado com a professora Zilda Giordano Victorino de França, tiveram 4 filhos, 12 netos e cinco bisnetas. Os verbetes surgiram como um hobby,enviados pela Internet aos filhos e netos. São curiosidades e notas explicativas sobre temas diversos. Como são assuntos interessantes e educativos, surgiu a ideia de compilá-los num livro. Muitos desses verbetes já foram publicados na Enciclopédia Agrícola Brasileira, editada pela Esalq/USP e também na coluninha PLANETA TERRA que era publicada aos sábados no Jornalzinho, suplemento infantil do JORNAL DE PIRACICABA. Também já colaborou na coluna PECADOS DA LÍNGUA, coordenada por Elisa Pantaleão, veiculada aos sábados no jornal A GAZETA DEPIRACICABA.
É membro da Academia Piracicabana de Letras - Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior

“Voinho” é o apelido carinhoso como é chamado pelos netos e bisnetas.

Seguidores

Aprenda com o Voinho

Aprenda com o Voinho
Aprenda com o Voinho

Geraldo e Zilda ( Voinho e Voinha)

Geraldo e Zilda ( Voinho e Voinha)

Voinho, neta e bisnetas

Aprendendo com o Voinho

Aprendendo com o Voinho
by Mara Bombo

domingo, 27 de junho de 2010

QUEIMADAS

CONHECENDO OS TIPOS E EFEITOS DE QUEIMADAS
Geraldo Victorino de França (Voinho)

O uso do fogo como prática agrícola é tão antigo como a própria agricultura. Existem vários tipos de queimadas, a saber:
a) Queimada após a derrubada da mata. É feita uma única vez, para desimpedir o terreno. Além disso, a ação do fogo libera os nutrientes minerais contidos na biomassa, tornando-os disponíveis à absorção pelas raízes.
b) Queimada anual dos restos de culturas. Neste caso, a prática não se justifica, pois tais resíduos podem ser enterrados pelas operações de preparo do solo, deixados em cobertura sobre a superfície o solo ou enleirados acompanhando as curvas de nível (para evitar a erosão ).
c) Na cultura do algodoeiro, os restos devem ser arrancados e queimados, medida obrigatória por lei para o controle de pragas.
d) Queima da cana em pé, antes do corte. É prática generalizada nas lavouras canavieiras, mais como uma exigência da mão-de-obra, porque aumenta o rendimento de corte manual (praticamente o dobro daquele do corte da cana se queimar). Todavia, lei recentemente aprovada proíbe esse tipo de queimada, estabelecendo prazos para a sua completa eliminação.
e) Queimada anual das sobras de capim (macega). É prática usual, principalmente nas pastagens naturais ( cerrados e campos ), a fim de eliminar a macega não-palatável e estimular o crescimento de novos brotos. Esse tipo de queimada é um processo rápido e, por isso, admite-se que seja menos prejudicial que a queima anual dos restos de culturas. No entanto, deve-se procurar evitá-la mediante um manejo adequado, que inclui a divisão das pastagens e a rotação do pastejo.
Quando a queima ocorre fora de controle, é denominada incêndio, sendo mais frequentes os incêndios florestais.
O fogo tem sido usado pelo homem desde os primórdios, na abertura e limpeza de áreas com vegetação natural ou restos de culturas, preparando o terreno para a construção de moradias ou instalação de culturas e pastagens. O processo de queima da vegetação segue o sentido inverso da fotossíntese: enquanto esta se caracteriza pela construção de cadeias de compostos orgânicos, o fogo provoca a sua destruição, transformando-as em cinzas.
Há muita controvérsia sobre os efeitos das queimadas. Os partidários dessa prática, principalmente os agricultores, apontam as seguintes vantagens:
a) meio mais fácil e econômico de conseguir, após a derrubada da mata, a limpeza do terreno para a instalação de culturas.
b) processo rápido e econômico de eliminar as sobras de capim e estimular a brotação nas pastagens.
c) modo de facilitar as operações de preparo anual do solo.
d) medida profilática de controle de pragas (caso do algodoeiro ).
e) meio de simplificar a colheita manual da cana-de-açúcar.
f) liberação de nutrientes minerais ( fósforo, potássio, cálcio, magnésio, etc. ) que estavam imobilizados na biomassa e passam às cinzas que, assim, têm ação fertilizante.
Os que são contrários à tal prática, principalmente os técnicos, apontam as seguintes desvantagens:
a) destruição da matéria orgânica, de grande importância para a fertilidade do solo.
b) perda de nitrogênio e enxofre, por volatilização.
c) redução do número de pequenos animais, inclusive microorganismos.
d) degradação da estrutura do solo, provocando a diminuição da aeração, permeabilidade e resistência à erosão.
e) aumento do deflúvio ( enxurrada ) e das perdas por erosão.
f) redução da produtividade das culturas e das pastagens.
g) poluição do ambiente pela emissão de fuligem e gases tóxicos.
h) risco de fugir do controle e se transformar em incêndio.

Um comentário:

Richard Mathenhauer disse...

Olá,
Hoje nem tanto, mas houve uma época bem pior em relação à queimada da cana de açúcar: em minha cidade "nevava" cisco preto.

E uma das coisas que mais me chamavam a atenção era o numero de animais que morriam nos canaviais (eu já tive oportunidade de ver muita queimada por ser meu avô gerente de lavoura da antiga Bom Jesus).

Abraços,

Profª Zilda e Dr. Profº França

Profª Zilda e Dr. Profº França

Esta é a mais nova netinha do Voinho, a Maria Valentina

ORAÇÃO DOS ANIMAIS DA POETISA IVANA M F NEGRI DECLAMADA POR BETTY GOFFMAN NO DOMINGÃO DO FAUSTÃO