Geraldo Victorino de França (Voinho)
Em Zoologia, o termo " presa " é usado em várias acepções, tais como:
a) ser vivo capturado por um animal carnívoro, para seu sustento; b) garra de
ave de rapina; c) nome dado aos dentes
inoculadores das cobras venenosas; d) dente canino pontiagudo de certos
animais, especialmente carnívoros, que ultrapassa os outros dentes.
Vamos considerar os itens ( c) e ( d ), que são especializações dos
dentes.
Os répteis possuem um conjunto de dentes pouco diferenciados entre si,
exceto nas cobras venenosas. Dobrados em repouso, os dentes das cobras se
endireitam no momento da picada, servindo para inocular o veneno.
No caso das solenóglifas, como a cascavel e a jararaca, as presas são ocas como
agulhas de injeção, situadas na frente da boca, o que as torna muito perigosas.
As opistóglifas, como a muçurana, ao contrário, têm as presas situadas no fundo
da boca e não podem picar as vítimas, a não ser durante a deglutição.
Os mamíferos possuem dentes diferenciados, que podem ser de três
tipos: incisivos, caninos e molares. Normalmente, existem dois caninos,
afiados e mais compridos, que servem para dilacerar as vítimas, como os felinos
( gato, leão, tigre, etc. ).
Uma diferenciação interessante são os colmilhos da morsa, do elefante e do javali.
As presas das morsas são caninos muito desenvolvidos, que se projetam para fora
da boca e para baixo. As presas do elefante, ao contrário das da morsa,
não se formam dos caninos, mas sim dos incisivos. Nos javalis machos, as presas
se desenvolvem dos caninos inferiores, voltados para cima.
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