Geraldo Victorino de França (Voinho)
As
sereias são entidades fantásticas da mitologia grega. Eram filhas de Fórcis,
deus marinho, segundo alguns; ou, segundo outros, filhas de Aquelous, divindade fluvial,
ede uma ninfa. Eram descritas como metade peixe e metade mulher,
possuidoras de belo canto, que enfeitiçava os navegadores, fazendo com que
perdessem o controle dos barcos e encalhassem nas rochas. Dizia a lenda que
habitavam rochedos escabrosos, entre a ilha de Capri e a costa da Itália.
Terminada
a Guerra de Tróia, ao retornar a Itaca, sua terra natal, Ulisses foi obrigado a usar essa
passagem sinistra. Ordenou então aos marinheiros que vedassem os ouvidos
com cera, a fim de que não escutassem o fatal canto; e fez-se amarrar ao mastro
da embarcação, para assim ouvi-lo sem perigo. Ao perceberem
que o barco de Ulisses escapara ao encantamento, as sereias se indignaram e se
lançaram ao mar.
Com
o decorrer do tempo, a lenda sofreu modificações. Inicialmente, as sereias eram
representadas por uma figura metade pássaro e metade mulher, passando depois à
forma com a qual hoje são conhecidas - metade peixe e metade mulher. Propagada
pelos navegadores, a lenda logo se difundiu para outras regiões. No
Brasil, por exemplo, o mito das sereias se contaminou com outros, não só de
origem tupi-guarani, mas também de procedência negro-africana. Assim, a lenda das sereias confundiu-se
com a da iara, entidade folclórica que, com sua beleza e seu canto, atrai os
homens para o fundo do mar.
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